Ao chegarem ao Brasil por volta do
ano de 1500, os portugueses encontraram em nossas terras habitantes aborígenes,
os quais chamaram de índios, por achar que haviam chegado às Índias, território
que era destino da viagem. Visando a conquista do território, os portugueses
colonizaram, catequizaram e dizimaram grande parte dos povos que aqui viviam.
Por terem sido os primeiros habitantes da terra, muitos de seus costumes foram
adotados pelos próprios colonizadores e repassados ao longo dos anos,
misturando-se aos dos negros, formando a cultura que temos hoje. No último Senso
do IBGE, em 2010, a população indígena chegava a quase 900 mil e seus costumes na
população brasileira perduram até hoje.
São exemplos da influência indígena
na nossa sociedade: a culinária brasileira que herdou vários hábitos e
costumes, como a utilização da mandioca e seus derivados (farinha de mandioca,
beiju, polvilho), carne socada no pilão de madeira (conhecida como paçoca),
pratos derivados da caça (como picadinho de jacaré e pato ao tucupi), além do
costume de comer frutas reconhecidas genuinamente brasileiras como o cupuaçu,
bacuri, graviola, caju, açaí e o buriti.
Herdamos também a crença nas práticas
populares de cura derivadas de plantas nativas como o pó de guaraná, o boldo, o
óleo de copaíba, a catuaba, a semente de sucupira, entre outros, para tratar
alguma enfermidade. Também veio desse povo o hábito de dormir em rede.
O contato da cultura indígena com a
sociedade brasileira não para por aí: a língua portuguesa brasileira também
teve influências. Várias palavras de origem indígena se encontram em nosso
vocabulário, como aquelas ligadas à flora e à fauna (como abacaxi, caju,
mandioca, tatu) e as utilizadas como nomes próprios (como Paraíba – para: rio e
íba: águas ruins para navegar, águas rasas; Itaporanga – ita: pedra e poranga:
bonita; Tambaú – onde há mariscos, entre outrosI).
Os povos indígenas deixaram para a
sociedade brasileira muitos traços culturais que enriquecem a nossa diversidade.
Gabriella Mayara