Bárbara Santos
É
comum vermos no cinema uma série de filmes americanos em cartazes, enquanto filmes
nacionais fora do circuito (os que não pertencem à Globo Filmes) precisam fazer
campanhas nas redes sociais por salas para serem exibidos, como foi o caso do
documentário “Elena”. Precisamos questionar essa dominação cultural para
conseguirmos quebrar o estigma de que filme nacional é ruim e só tem “putaria”.
Para o Brasil, como um país emergente, é
fundamental a veiculação massiva, nos meios de comunicação e nas cadeias
exibidoras do cinema, de conteúdos originários do nosso país para difusão da
nossa diversidade cultural, pois a cultura brasileira não é nada homogênea.
A falta de qualidade do cinema nacional não pode mais ser uma
justificativa para a atitude dos brasileiros de escolherem um filme de outra
língua, pois são inúmeros os casos de grandes produções nacionais. Inclusive
cito agora duas que se encontra em cartaz: “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho” e
“Praia do Futuro”, filmes que retratam a homossexualidade sem estereotipá-la. O
brasileiro precisa aprender a valorizar o seu cinema,
e não esperar pela legitimidade dada pelo americano, como foi o caso da
produção pernambucana “O Som ao Redor”, que conseguiu atrair expectadores
brasileiros quando foi aclamado pela crítica estrangeira. A cultura é o cimento
agregador das nações e de suas identidades; é o que une os cidadãos dentro de
uma mesma nacionalidade.
Infelizmente os filmes que ganham mais destaque nas salas dos
multiplexes são as produções da Globo Filmes. Películas como “Crô” corroboram
com a difusão dos estereótipos acerca da homossexualidade (o gay com muitos
trejeitos femininos e engraçado que todos adoram amar). Claro
que temos muito mais o que mostrar, mas, na mídia de massa, quem é que aparece?
Os próprios representantes desses estereótipos que acabam por perpetuar a ideia
estereotipada. Abrimos mão da nossa identidade e da nossa cultura por algo
trivial e passageiro. Então, quando você for ao cinema, escolha uma boa
produção nacional antes de sair por aí falando que o cinema brasileiro só tem
violência e pornografia.
Para mais informações leia:
http://revistaogrito.ne10.uol.com.br/page/blog/2013/05/12/um-conversa-sobre-cinema-pernambucano-hoje/
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