segunda-feira, 2 de junho de 2014

O papel do audiovisual na difusão da diversidade cultural



Bárbara Santos

É comum vermos no cinema uma série de filmes americanos em cartazes, enquanto filmes nacionais fora do circuito (os que não pertencem à Globo Filmes) precisam fazer campanhas nas redes sociais por salas para serem exibidos, como foi o caso do documentário “Elena”. Precisamos questionar essa dominação cultural para conseguirmos quebrar o estigma de que filme nacional é ruim e só tem “putaria”. Para o Brasil, como um país emergente, é fundamental a veiculação massiva, nos meios de comunicação e nas cadeias exibidoras do cinema, de conteúdos originários do nosso país para difusão da nossa diversidade cultural, pois a cultura brasileira não é nada homogênea.
A falta de qualidade do cinema nacional não pode mais ser uma justificativa para a atitude dos brasileiros de escolherem um filme de outra língua, pois são inúmeros os casos de grandes produções nacionais. Inclusive cito agora duas que se encontra em cartaz: “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho” e “Praia do Futuro”, filmes que retratam a homossexualidade sem estereotipá-la. O brasileiro precisa aprender a valorizar o seu cinema, e não esperar pela legitimidade dada pelo americano, como foi o caso da produção pernambucana “O Som ao Redor”, que conseguiu atrair expectadores brasileiros quando foi aclamado pela crítica estrangeira. A cultura é o cimento agregador das nações e de suas identidades; é o que une os cidadãos dentro de uma mesma nacionalidade.
Infelizmente os filmes que ganham mais destaque nas salas dos multiplexes são as produções da Globo Filmes. Películas como “Crô” corroboram com a difusão dos estereótipos acerca da homossexualidade (o gay com muitos trejeitos femininos e engraçado que todos adoram amar). Claro que temos muito mais o que mostrar, mas, na mídia de massa, quem é que aparece? Os próprios representantes desses estereótipos que acabam por perpetuar a ideia estereotipada. Abrimos mão da nossa identidade e da nossa cultura por algo trivial e passageiro. Então, quando você for ao cinema, escolha uma boa produção nacional antes de sair por aí falando que o cinema brasileiro só tem violência e pornografia.

Para mais informações leia:

http://revistaogrito.ne10.uol.com.br/page/blog/2013/05/12/um-conversa-sobre-cinema-pernambucano-hoje/

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