terça-feira, 3 de junho de 2014

A cultura Afro-brasileira

       
         Uma das maiores influências da cultura brasileira é a africana; pelo histórico de escravidão que temos, não poderia ser diferente. A cultura afro-brasileira está enraizada desde os tempos de escravidão, mas sempre foi margeada da sociedade, sofrendo bastante preconceito. Hoje, porém, apesar de ainda discriminada, já é mais bem aceita.
Denomina-se cultura afro-brasileira o conjunto de manifestações culturais do Brasil que sofreram algum grau de influência da cultura africana, desde os tempos do Brasil colônia até a atualidade.
Embora esteja presente em todo o país, em alguns estados a influência cultural africana é mais notável, como é o caso do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, influenciados tanto pelo contingente recebido durante a época do tráfico como pela migração interna dos escravos após o fim do ciclo da cana-de-açúcar na região Nordeste. Ainda que tradicionalmente desvalorizados na época colonial e no século XIX, os aspectos da cultura brasileira de origem africana passaram por um processo de revalorização a partir do século XX que prossegue até hoje.

De maneira geral, tanto na época colonial como durante o século XIX, a matriz cultural de origem europeia foi a mais valorizada no Brasil, enquanto que as manifestações culturais afro-brasileiras eram, quase sempre, desprezadas, desestimuladas e até proibidas. Assim, as religiões afro-brasileiras e a arte marcial da capoeira foram perseguidas pelas autoridades. Por outro lado, algumas manifestações de origem folclórica, como as congadas, assim como expressões musicais como o lundu, foram toleradas e até estimuladas.
Entretanto, a partir de meados do século XX, aspectos da cultura afro-brasileira começaram a ser gradualmente aceitos pelas elites brasileiras como expressões artísticas genuinamente nacionais. Mas isso não significa que todas foram aceitas ao mesmo tempo. O samba foi uma das primeiras expressões da cultura afro-brasileira a ser admirada, passando a ocupar posição de destaque na música popular, no início do século XX.
Posteriormente, a ditadura do Estado Novo (Getúlio Vargas) desenvolveu políticas de incentivo do nacionalismo nas quais a cultura afro-brasileira encontrou caminhos de aceitação oficial. Foi sob essa perspectiva que os desfiles de escolas de samba ganharam, nessa época, aprovação oficial através da União Geral das Escolas de Samba do Brasil, fundada em 1934.
Outras expressões culturais seguiram o mesmo caminho. A capoeira, que era considerada prática de marginais, foi apresentada, em 1953, por mestre Bimba ao presidente Vargas, que a classificou de "único esporte verdadeiramente nacional".
A partir da década de 1950, as perseguições às religiões afro-brasileiras diminuíram e a Umbanda passou a ser seguida por parte da classe média carioca. Na década seguinte, as religiões afro-brasileiras passaram a ser celebradas pela elite intelectual branca. Em 2003, foi promulgada a lei nº 10.639 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), passando-se a exigir que as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio incluam no currículo o ensino da história e cultura afro-brasileira.

Texto adaptado do Portal da Cultura Afro-Brasileira: https://www.faecpr.edu.br/site/portal_afro_brasileira/3_III.php

Gabriella Mayara

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