quinta-feira, 14 de maio de 2015

O peso da cultura: mutilação genital feminina


Por Jade Vilar

      A mutilação genital feminina (FGM - sigla em inglês) é uma prática em que parte ou todo o órgão sexual de mulheres e meninas são removidos. De acordo com a ONU, 150 milhões de mulheres já tiveram suas vaginas mutiladas e, até 2030, outras 86 milhões podem ser violentadas.
Apesar de proibida por lei, a prática ainda vigora em 29 países africanos, no Oriente Médio, na Ásia, na América do Norte, na Austrália e na Europa, que em pesquisa recente da ONU descobriu-se ser a moradia de mais de 500 mil mulheres mutiladas.
      O ritual acontece em situações muito precárias, com instrumentos rudimentares e sem nenhum tipo de esterilização. Geralmente o procedimento é realizado pelas mulheres mais velhas da comunidade, as quais já sentiram no próprio corpo o peso da tradição e hoje perpassam o que acreditam ser correto.       A consequência da mutilação é a perda total do direito ao prazer sexual, infecções, dores, tumores e, muitas vezes, a morte.

O órgão sexual feminino sempre foi regulado por regras morais e culturais nas mais diversas sociedades do mundo. Nas comunidades em que a mutilação genital feminina ocorre, a questão é cultural, as mulheres precisam retirar o clitóris para serem “purificadas” e assim conseguirem bons maridos. A vagina da mulher seria impura e o ritual traria higiene, além de diminuir as chances de relações extraconjugais.
     Essas mulheres têm sua sexualidade e corpos reprimidos e violentados em nome dos bons costumes. É negado à mulher o prazer e a liberdade.



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