A
música tem o poder de transcender barreiras físicas. É um instrumento de
propagação e mistura de culturas, levando costumes e estilos diferentes de um
recanto a outro do mundo, literalmente. O hip hop nasceu nos guetos americanos
na década de 70 como representação da resistência negra no país e
transformou-se em um cultural global, que envolve música, dança, vestimentas e
representantes de impacto como os rappers Jay Z e Kanye West. O hip hop atravessou
o oceano e encantou os japoneses, ao ponto de surgirem tribos como os B-Stylers:
japoneses que idolatram a cultura do hip hop e têm fascínio por parecerem com
os negros americanos (Jade Vilar).
B-Stylers:
B-Stylers:
Black for Life é o slogan da loja Baby Shoop, em Tóquio, que vende produtos
como “um tributo à cultura Black: música, moda e estilo de dança”. É assim que
a proprietária, Hina, descreveu seu empreendimento para a fotógrafa holandesa Desiré van den Berg, em entrevista para a Vice Magazine, que passou os
últimos sete meses viajando pela Ásia. Hina faz parte de uma nova tribo chamada B-Style (originada das palavras Black e Lifestyle), que é
tão fissurada pela cultura hip hop norte-americana ao ponto de fazer tudo para
parecer a mais afro-americana possível.
Garotas como Hina costumam ir a clínicas de bronzeamento artificial para escurecerem a pele. Mesmo quando não passam pelas sessões, usam bases escuras. Outra característica estética dos b-stylers é o amor pela música hip-hop e a ida frequente a salões de beleza localizados no gueto de Tóquio para trançar ou escovar o cabelo – tudo para ficar com o penteado mais afro.
No
objetivo de ficar com os olhos maiores do que os puxadinhos orientais, os
b-stylers usam lentes de contato coloridas, mais claras do que o castanho, e o
resultado é semelhante ao alcançado pelas Garotas de Harajuku, artistas visuais
conhecidas na cultura pop japonesa.
Por
mais que no Japão o estereótipo dos afro-americanos seja considerado errado, os
b-stylers não se importam com isso. Os pais e familiares dessa nova tribo
também não se incomodam – quer dizer, alguns acham que seus filhos estão
passando apenas por uma fase. Ainda assim, ainda há poucos b-stylers espalhados
por Tóquio. Eles encontram-se em eventos pequenos para dançar break, hip-hop ou
R&B. Como define a própria fotógrafa responsável pelo ensaio na entrevista
da Vice, “não é uma coisa mainstream, e talvez ainda seja
pequena demais para chamar de subcultura”.
Escrito por Igor Zahir – Repórter online da revista
Glamour.
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