sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

“Mas acho que nunca mais voltarei lá”

Descrição para cegos: Foto mostra Caetano Veloso á esquerda e Gilberto Gil à direita abraçados e sorridentes com um dos braços levantados em forma de cumprimentação. 

Por Laísa Mendes

Os que não simpatizam com o governo de Israel têm sonhado com maneiras de derrubá-lo. Surge, assim, um movimento chamado BDS – Boicote Despojar Sanção.
         Criado por acadêmicos palestinos, o movimento apela aos indivíduos, empresas, faculdades, igrejas, cidades, artistas e até países, para isolarem Israel econômica e socialmente. Eles alegam que os palestinos que vivem na Faixa de Gaza e na Cisjordânia são maltratados por Israel.O boicote seria uma forma de pressão pelo fim da ocupação de territórios palestinos.

          O movimento criado em 2005 usa um método não violento para promover a luta palestina pela independência e só agora vem ganhando notoriedade – tanto que Israel o tem identificado como uma ameaça estratégica crescente.
         Os membros do BDS são ativistas acadêmicos, artistas, grupos religiosos e judeus liberais americanos, além de voluntários que pressionam e contatam empresas, artistas e instituições acadêmicas para apoiar o boicote a Israel.
         Um caso recente foi o convite do movimento BDS a Gilberto Gil e Caetano Veloso. A turnê, Caetano & Gil - Dois Amigos, Um Século de Música, antes mesmo de chegar à capital de Israel, TelAviv, foi alvo dos ativistas. Roger Waters, ex-líder do Pink Floyd e integrante do BDS, enviou uma carta a Caetano Veloso para que ele e Gilberto Gil não fizessem o show, por causa do massacre contra os palestinos.
         Caetano respondeu a Waters dizendo que “nunca cancelaria um show para dizer que é contra um país, a não ser que ele estivesse, realmente contra”. Como não foi o caso, e com o apoio de Gilberto Gil, eles resolveram manter a turnê.
         Ao chegar a Israel, os músicos se depararam com situações que mostravam segregação e opressão ao povo palestino. Diante desse fato, em coletivas de imprensa eles condenaram as políticas israelenses contra povos não judeus.
         Já no Brasil, Caetano escreveu um texto para a Folha de S. Paulo contando a experiência e dizendo que gosta de Israel, mas que ‘acha que nunca mais voltará lá’.

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