Paralelo
10 é um documentário do cineasta carioca Silvio Da-Rin que mostra a delicada
situação dos índios isolados do Acre bem como em todo o país. Acompanhando o
sertanista José Carlos Meirelles em suas andanças pela bacia do rio Envira,
Da-Rin, além de reconstituir a trajetória de Meirelles, mostra como os
conflitos indígenas da região remontam a um passado em que a área sofreu a
predatória ocupação de seringueiros e aponta para um futuro em que a política
adotada em 1987 pela Funai, de não contatar índios isolados, pode estar com os
dias contados. (Bárbara Santos)
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
Diversidade cultural nas histórias em quadrinhos
Quando a Marvel anunciou, em janeiro
deste ano, na Marvel Now (um reboot nas suas publicações de histórias em
quadrinhos), que a super-heroína Miss Marvel seria muçulmana um enorme burburinho
se formou. Essa mudança na personagem já conhecida e consolidada da Casa das
Ideias traz para dentro do mundo dos super-heróis maior diversidade cultural.
Nos super-heróis também eram vigentes
os padrões regidos pela sociedade. Diferente das linhas mais cults de
publicação (como Vertigo, quadrinhos europeus, etc.), as grandes editoras, como
Marvel e DC Comics, sempre apresentaram personagens com certo grupo de
características que não incentivava a diferença racial, cultural ou até mesmo
de gênero. Os quadrinhos como um produto típico da cultura de massa causam um
grande impacto dentro do imaginário social. Os super-heróis como seres do bem,
que sempre estão à disposição para salvar as pessoas, desenhados, apenas, com
características sociais e culturais no padrão estadunisense, fazem a sociedade
acreditar, mesmo inconscientemente, que só eles podem ser dotados de tanta
bondade.
No entanto, esse padrão engessado dos
super-heróis vem sendo repensando, dentro da Marvel, desde a década de 60,
quando, aos poucos, os super-heróis foram se tornando cada vez mais humanizados
e diversificados culturalmente. Com isso, os alter egos (identidades secretas)
começaram a completar a histórias e seus conflitos ganharam a mesma importância
das batalhas, quebrando, assim, o mito do herói até então vigente. Eles, a
partir de então, não eram apenas fortes, indestrutíveis, honestos, altruístas,
assexuados e justos. Passaram a enfrentar problemas reais, origens mais
palpáveis e a representar o leitor.
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Conheça o viral "crianças do gueto"
(Foto: reprodução Youtube)
O vídeo “Guetto Kids Dancing” se tornou viral nas redes sociais e,
com isso, já conseguiu mais de quatro milhões de acessos. Ele mostra cinco
crianças nas ruas de Katwe, subúrbio pobre de Kampala, capital de Uganda,
dançando a música “Sitya Loss”, do músico ugandense Eddy Kenzo.
O vídeo foi postado em janeiro no Youtube e conseguiu compartilhamentos
de todo o mundo. O ritmo da música africana é marcante e a harmonia e graça das crianças, cujo movimento envolvendo
quadris, pernas, braços, ombros e cabeça é comum em povos Bantus.
No vídeo do seu novo single
“Jambole”, Eddy Kenzo também apresenta sete crianças africanas em uma
incrível performance. (Bárbara Santos)
Seguem abaixo os links dos vídeos:
terça-feira, 19 de agosto de 2014
As tribos mais isoladas do mundo fotografadas por Jimmy Nelson
Conheça tribos que vivem nos lugares mais remotos do mundo e isoladas da cultura dominante, através de imagens captadas pela lente do fotógrafo Jimmy Nelson. Os cliques estão no livro Before They Pass Away, com 402 fotografias coloridas e textos em inglês, francês e alemão. (Nathalia Correia)
Já pensou em levar o pensamento um pouco mais adiante e imaginar como vivem as pessoas na Sibéria, nas montanhas do Himalaia ou no deserto da Etiópia? A história mostra que a tendência é que seja extinto um povo que esteja geográfica e culturalmente afastado de uma sociedade ou cultura dominante. Não são só os índios brasileiros que correm o risco de se tornarem apenas história. São muitas tribos ao redor da Terra.
Durante três anos, o fotógrafo britânico Jimmy Nelson se aventurou em uma expedição. Seu objetivo? Encontrar a pureza da humanidade nos lugares mais remotos do planeta. Para isso, percorreu 15 países e fotografou 29 tribos diferentes. Cada tribo carrega em si traços culturais autênticos e mantém intactos os valores de seus antepassados: crenças nos deuses, zelo com a família, gratidão e cuidado com a natureza e a vontade de fazer o certo para atingir os objetivos de suas vidas.
Confira abaixo algumas das 29 tribos fotografadas no projeto:
Dani, Indonésia
Huli, Papua-Nova Guiné
Samburu, Quênia
Maasai, Tanzânia
Tribo de Vanuatu, Vanuatu
Fonte: www.laparola.com.br com modificações.
domingo, 17 de agosto de 2014
É necessário amansar os brancos
(Foto: Reprodução Youtube)
Em junho, índios que
viviam até então isolados no estado do Acre, na região de fronteira entre
Brasil e Peru, estabeleceram, pela primeira vez, contato com índios ashaninkas,
que já mantém relações amistosas com membros da Funai. O contato ocorreu como
um pedido de socorro porque eles estão sendo perseguidos e massacrados por
narcotraficantes e madeireiros peruanos. O encontro foi registrado pela Funai.
Segue abaixo um relato da
professora da UFRJ e jornalista Ivana Bentes, publicado no site Mídia Ninja. No texto, Ivana conta suas impressões sobre
o vídeo divulgado pela Funai, durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o
Progresso e Ciências, que aconteceu de 22 à 27 de Julho; no Acre . (Bárbara Santos)
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Laços culturais entre o Brasil e a Rússia
O texto abaixo demonstra como está a
situação da relação cultural que existe entre o Brasil e a Rússia, pontuando as
referências que cada país acrescenta ao seu cotidiano, de modo a fortalecer a
união e a diversidade cultural em aspectos artísticos como a dança e o cinema
em um projeto de cooperação cultural mútua. (Rafael Andrade)
O Brasil abriga, atualmente, mais de
200 mil pessoas de língua russa, e São Paulo é o estado com a maior comunidade
russa no País. Aqui, tornaram-se nacionais muitos nomes russos - como Sônia,
Olga, Kátia, Igor, Valdir, Dimitri - culinária russa - pão de mel - e artistas
renomados de lá deram nome a ruas daqui, como a rua Tolstói, em São Paulo.
Apesar da distância geográfica entre os
dois países, os laços culturais entre Brasil e Rússia estão se desenvolvendo
ativamente.
Festivais da cultura ibero-americana,
grupos artísticos russos viajando em turnê na América Latina, exposições de
arte, semanas de cinema e dias da cultura russa – tudo isso fortalece tradições
da cooperação cultural entre a Rússia e o Brasil.
A Rússia possui a riquíssima
diversidade cultural, assim como o desenvolvimento arquitetônico e artesanal,
que acabou sendo fortemente influenciado pela conversão ao cristianismo
ortodoxo e pela arte e arquitetura bizantinas. Ícones russos são conhecidos por
todo o mundo e inspiram não só religiosos, mas também apreciadores de arte. Há
vários estilos da arte decorativa tradicional, inclusive gzhel, khokhloma,
palekh.
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Muniz Sodré e a diversidade
Foto: Divulgação
Temos
o costume de tentar definir e delimitar um sentido para tudo, porém esquecemos
que nem tudo pode ser descrito e, muitas vezes, é mais importante sentir do que
tentar entender. A diversidade humana é algo a ser mais sentida do que
entendida, segundo Muniz Sodré, no texto abaixo. (Nathalia Correia)
Educação para o diverso
Muniz Sodré*
A diversidade que emerge na globalização
contemporânea traz elementos novos para o pensamento. O espírito conservador
pode não pensar desta maneira, por considerar que, na medida em que desaparece
do horizonte social a ideologia da emancipação e em que o futuro perde o seu
contorno utópico, o passado entraria em cena a serviço de uma diversidade
cultural de coloração étnica, introduzida pelo discurso multiculturalista. Para
o senso comum de língua inglesa, o diverso é apenas “ethnic”.
Isso é, na verdade, uma simplificação de fundo
iluminista. O diverso não emerge historicamente sob o beneplácito paternalista
do multiculturalismo, e sim em virtude da movimentação de grupos sociais que
trafegam política e educacionalmente no espaço dos direitos civis e humanos.
Sob as aparências carcomidas da política
tradicional, existe uma dinâmica social em busca de formas novas de expressão,
em que avulta no primeiro plano o jogo existencial da diversidade. O que isso
traz de novo para o pensamento e para a educação? Para começar, o interesse de
agir a partir da dimensão espacial, que tem a ver com a aproximação dos seres e
com o sentir. A diversidade humana é algo a ser mais sentido do que entendido.
sábado, 9 de agosto de 2014
A diversidade cultural em Babel, de Alejando González
O filme Babel (2006), do diretor Alejandro
González Iñárritu, narra um acontecimento que desencadeia outros em várias
partes do mundo. Dois meninos marroquinos recebem do pai um rifle para caçar chacais,
e para testar a distância que o tiro poderia percorrer eles miram em um ônibus.
O tiro acerta uma mulher americana, que havia viajado com o marido numa tentativa,
do casal, de reaproximação. Nos Estados Unidos, uma babá mexicana toma decisões
inconsequentes que afetarão para sempre a sua vida. Enquanto isso, no Japão,
uma garota surda e muda acredita que perdendo a virgindade conseguirá superar
traumas e confusões interiores.
Narrando histórias ambientadas em quatro
países, de três continentes, pensar o filme através do conceito de diversidade cultural
nos faz enxergar uma série de detalhes, dentro da obra, que antes poderiam
passar despercebidos. Uma delas é a severa crítica ao preconceito americano em
relação a outras culturas, pois, como sabemos, o colonialismo cultural dos EUA
tem alcance mundial. Isso se torna evidente no caso das crianças marroquinas,
pois seu ingênuo ato tomou grandes proporções e gerou visibilidade mundial para
o caso, por ser considerado um ataque terrorista, ou, no caso da babá mexicana
que já morava nos Estados Unidos há 16 anos, mas foi deportada sem ser ouvida,
por uma escolha errada.
O slogan do filme sugere “ouça” e é
essa principal lição que tiramos dessa bela obra. Precisamos ouvir os outros
antes de julgá-los, e só dessa forma conseguiremos coexistir na diversidade
cultural e aceitar as diferenças. (Bárbara Santos)
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