O filme Babel (2006), do diretor Alejandro
González Iñárritu, narra um acontecimento que desencadeia outros em várias
partes do mundo. Dois meninos marroquinos recebem do pai um rifle para caçar chacais,
e para testar a distância que o tiro poderia percorrer eles miram em um ônibus.
O tiro acerta uma mulher americana, que havia viajado com o marido numa tentativa,
do casal, de reaproximação. Nos Estados Unidos, uma babá mexicana toma decisões
inconsequentes que afetarão para sempre a sua vida. Enquanto isso, no Japão,
uma garota surda e muda acredita que perdendo a virgindade conseguirá superar
traumas e confusões interiores.
Narrando histórias ambientadas em quatro
países, de três continentes, pensar o filme através do conceito de diversidade cultural
nos faz enxergar uma série de detalhes, dentro da obra, que antes poderiam
passar despercebidos. Uma delas é a severa crítica ao preconceito americano em
relação a outras culturas, pois, como sabemos, o colonialismo cultural dos EUA
tem alcance mundial. Isso se torna evidente no caso das crianças marroquinas,
pois seu ingênuo ato tomou grandes proporções e gerou visibilidade mundial para
o caso, por ser considerado um ataque terrorista, ou, no caso da babá mexicana
que já morava nos Estados Unidos há 16 anos, mas foi deportada sem ser ouvida,
por uma escolha errada.
O slogan do filme sugere “ouça” e é
essa principal lição que tiramos dessa bela obra. Precisamos ouvir os outros
antes de julgá-los, e só dessa forma conseguiremos coexistir na diversidade
cultural e aceitar as diferenças. (Bárbara Santos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será publicado em breve.