terça-feira, 29 de setembro de 2015

Salvadores humanitários ou financiadores de guerra?

Rachel Unkovic/International Rescue Committee
Atualmente o mundo vive o que a mídia intitula de uma das maiores crises migratórias da humanidade. Mais de 300 mil pessoas já tentaram atravessar ilegalmente o mar Mediterrâneo este ano e mais de 2,5 mil morreram na travessia. Os Estados mais poderosos do mundo relatam gastos exorbitantes com doações para conter a crise humanitária. Os imigrantes, em sua maioria, fogem de guerras civis, conflitos financiadas em grande parte pelos países que mais dizem doar e menos aceitam acolhê-los. João Fernando Finazzi e Reginaldo Nasser, mestrando e professor respectivamente, do curso de Relações Internacionais da PUC, debateram o assunto em texto publicado no portal Forum. (Jade Vilar)

 O mito da intervenção humanitária

Joao Fernando Finazzi e Reginaldo Nasser

 Desde 2011 foram alocados por volta de US$ 16 bilhões em ajuda militar para o conflito sírio, abastecendo as mais variadas facções, incluindo o Estado Islâmico e o próprio regime de Bashar. Os países que destinaram mais recursos são, ao mesmo tempo, os que menos aceitam os sírios provenientes da guerra.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Webséries retratam a vida de descendentes de africanos na Europa


A cineasta e escritora Cecile Emeke criou uma websérie para o YouTube intitulada “Ackee & Saltfish”. Ela narra a história de duas amigas jovens e negras nascidas em Londres, descendentes de pais imigrantes da África. A trama aborda temas sociais bastante debatidos atualmente, como diversidade cultural, gênero e gentrificação (super valorização de um local, tirando as características arquitetônicas e sociais originais dos espaços). A cineasta também criou e disponibilizou duas séries de entrevistas curtas, intituladas “Strolling” e “Flâner”, com histórias de pessoas negras nascidas na Europa. São diversos aspectos da cultura e sociedade inglesa, vistas pelo ângulo dos afrodescendentes. O jornal espanhol El Diario publicou uma resenha das obras de Cecile. (Jade Vilar)

Jovens, negros e europeus: webséries abordam vivências de filhos da diáspora africana na Europa
Por Carmén López – Tradução de Mari-Jô Zilveti

Britânica de origem jamaicana, Cecile Emeke traz em seus trabalhos as vozes da juventude negra no Reino Unido e na França, enquanto a alemã de origem ruandesa Amelia Umuhire conta histórias de afro-europeus em Berlim. O trabalho da cineasta e escritora londrina Cecile Emeke ficou conhecido entre o público europeu e norte-americano há alguns meses, graças à sua websérie “Ackee & Saltfish”. Gravada em 2014, seria um curta-metragem, mas a diretora decidiu postá-lo no YouTube por capítulos, prendendo assim a audiência e deixando aberta a possibilidade de continuar a história.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

III Colóquio sobre Diversidade Cultural – com Margarete Almeida

Descrição para cegos: foto mostra a professora Margarete e a câmera
filmando-a, com ela aparecendo no visor

A professora Margarete Almeida foi a convidada da turma de Jornalismo e Cidadania, do curso de Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba, para o III Colóquio de Diversidade Cultural. O encontro ocorreu no dia 6 de maio de 2015, e nele foram discutidos temas como o surgimento dos Estudos Culturais e sua influência social; o conceito de cultura; o multiculturalismo; midiatização da cultura e o Relativismo Cultural. Formada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela UFPB, Margarete Almeida concluiu o Doutorado em Sociologia pela mesma Universidade, em 2010. Margarete é coordenadora do GEM: Grupo de Estudo e Pesquisa em Gênero e Mídia. A organização do colóquio foi de Giovana Ferreira, Ingrid Trigueiro, Jade Vilar e Laísa Mendes.


Confira o colóquio na íntegra:


Surgimento dos Estudos Culturais 

No primeiro vídeo, a professora Margarete Almeida fala sobre o contexto do surgimento do campo de Estudos Culturais e sua aceitação no meio acadêmico.


Meninos perdidos do Sudão: a história que virou filme

Meninos perdidos do Sudão” é o nome dado aos mais de 20 mil jovens de várias etnias sudanesas perseguidas que procuraram proteção em campos de refugiados durante a 2ª guerra civil no país (1983-2005), que provocou mais de 2,5 milhões de mortes. “Uma boa mentira” retrata a história de quatro desses meninos, a partir da destruição de sua aldeia e a morte de seus pais, sua caminhada ao longo de desertos e savanas para chegar a um campo de refugiados no Quênia, e anos depois ser acolhidos nos Estados Unidos. O filme retrata as nuances sociais e psicológicas de imigrantes marcados pela violência da guerra, tentando se adaptar a uma nova cultura, em uma nova sociedade. O filme também gerou controvérsias quanto ao ponto de vista dos Estados Unidos como salvador da situação e a atriz branca estampando os cartazes de divulgação do filme apesar de ela ser personagem secundária na história. Polêmicas a parte, ao longo da história as culturas se misturam e percebemos que por mais difícil que seja a adaptação, toda pessoa pode se apropriar dos elementos culturais e sociais da sociedade em que está inserida, basta que se sinta acolhida. (Jade Vilar)


Resenha de “A Boa Mentira”
Por Samantha Martins
O filme é sobre crianças do Sudão do Sul, que fugiram de suas vilas após a guerra civil. Elas se deslocaram mais de 1.000km até um campo de refugiados no Quênia. Ou seja, os protagonistas da história são pessoas negras. Várias crianças negras que passam a adolescência e parte de sua juventude em um campo de refugiados.