segunda-feira, 27 de março de 2017

A Máquina: muito mais que uma história de amor

Descrição para cegos: cartaz do filme com o título na parte superior, tendo como fundo do letreiro imagem do coração de Cristo, de onde saem raios. Abaixo a representação se repete na roupa do protagonista, que é abraçado por traz por seu par romântico. Nas laterais esquerda e direita aparecem, de cada lado, dois personagens masculinos do filme. Na parte inferior os nomes dos atores e patrocinadores, sendo possível ler os de Paulo Autran, Gustavo Falcão e Mariana Ximenes.
Por Laura Crystiane

O filme brasileiro A Máquina: o Amor é o Combustível, dirigido por João Falcão, inspirado no livro de mesmo nome da autora Adriana Falcão, conta uma história de amor. Com um enredo bem elaborado, a trama vai além do romance dos protagonistas Antônio (Gustavo Falcão) e Karina (Mariana Ximenes) retratando o êxodo rural e as manifestações culturais nordestinas.



A história começa em Nordestina, no interior de Pernambuco. Pequena, a cidade vem perdendo cada vez mais os seus habitantes que buscam recursos em outros lugares. Karina, que sonha ser atriz, deseja aventurar-se para outros lugares, diferente de Antônio, que prefere ficar na cidade.
De uma maneira divertida, a migração vira temática. A busca por melhores condições de vida saindo do interior para as capitais brasileiras é algo comum, a vasta diversidade cultural do país é decorrente desse deslocamento de habitantes que trazem consigo os seus costumes regionais, mas, infelizmente, essa situação ainda envolve o migrante em situações de preconceito.
A Máquina aborda a discriminação da cultura nordestina em cenas onde, por exemplo, o protagonista é frequentemente apelidado de “Paraíba”, um termo usado pejorativamente que generaliza os nordestinos.
A representação da cultura nordestina se encontra frequentemente no cenário, nas gírias, na crença e sotaque. O poder de influência da mídia também é retratado no filme, a qual pode ser usada com uma ferramenta de representatividade para culturas marginalizadas. Apesar de seguir um estereótipo do qual no Nordeste só existe a seca e pobreza, o filme aborda uma realidade de forma leve e critica com humor.

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