Descrição para cegos: ilustração com dois lutadores
praticando golpes de capoeira. Do lado direito um de cabeça para baixo com as
mãos no chão e as pernas abertas no alto. Do esquerdo, o oponente com a perna
esquerda levantada.
Por
Laura Crystiane
Uma
arte marcial disfarçada de dança, desta forma se originou a capoeira. A luta
que é reconhecida como um Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco,
ainda sofre com o preconceito e rejeição. O grupo Capoeira Brasil busca
valorizá-la mostrando a sua importância na formação da identidade do país.
No
decorrer dos séculos, a capoeira sofreu opressão, pois a sua prática era ilegal
em alguns lugares públicos. A intolerância com a cultura afro-brasileira a
tornou uma prática marginalizada para aqueles que não têm o conhecimento da
importância desta manifestação para a cultura brasileira.
Grupos
espalhados pelo país buscam valorizar a luta por meio do ensinamento, a exemplo
do Capoeira Brasil que é um dos maiores grupos que pratica, ensina e demonstra
a arte afro-brasileira da Capoeira. Fundado em 14 de Janeiro de 1989 na cidade
de Niterói, no Rio de Janeiro, atualmente está presente em nações como Alemanha,
Austrália, Estados Unidos, França e Países Baixos.
Em
João Pessoa, o grupo atua há 12 anos, desenvolvendo atividades em escolas, praças, centros
comunitários, academias, centro de referências de cidadania, ONGs, entre
outros.
O
Contramestre Antônio Guedes, conhecido como Ligeirinho, pratica capoeira há 29
anos, e atualmente é presidente do Centro Cultural Ginga Nação e coordenador do
Grupo Capoeira Brasil em João Pessoa, onde ensina. Segundo Ligeirinho, ainda existe
preconceito contra a luta por sua origem e por confundirem a arte com religião
de matriz africana. Segundo ele, a capoeira tem importância na construção da
identidade cultural do país por ser arte genuinamente brasileira, e toda sua
história se entrelaça com a construção do povo.
Sobre o papel do Capoeira
Brasil na busca da resistência cultural da luta, o professor afirma: “Trabalhamos para ser passada toda a
ancestralidade da Capoeira para nossos praticantes e que eles tenha toda esta
noção dos fundamentos e tradições da nossa arte.”
Ligeirinho em sua metodologia
desenvolve maneiras específicas para trabalhar os ensinamentos da Capoeira em áreas
periféricas e bairros da Capital paraibana.
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