terça-feira, 9 de maio de 2017

Carimbó nas rádios de Belém

Descrição para cegos: foto de casal de dançarinos de carimbó de frente para o outro. No lado direito, a mulher de costa segurando a saia; no esquerdo, o homem com os braços para trás. Ambos com o figurino de estampa florida nas cores branco, vermelho e laranja.


                                                                                  Por Laura Crystiane

Em muitas regiões do país, a cultura local, principalmente a de raiz, vem sendo relegada pela mídia comercial, que geralmente se preocupa em reproduzir o que lhe chega dos polos hegemônicos.
Para tentar preservar uma das manifestações culturais mais importantes do Pará, a Câmara de Vereadores da capital Belém aprovou uma lei que obriga a execução do carimbó nas rádios locais. O projeto de autoria do presidente da câmara, o vereador Mauro Freitas (PSDC), seguiu para a sanção do prefeito Zenaldo Coutinho.

A lei institui o “Momento do Carimbó” na programação das rádios de Belém, diariamente, que deverá ser veiculado pelo menos uma vez em cada um dos turnos da manhã e da tarde, no horário comercial.
Ela foi batizada “Lei Pinduca”, com o objetivo de homenagear o compositor e intérprete que é a maior expressão do gênero carimbó, resultado de influências culturais indígena, africana e portuguesa em fusão com a música das Antilhas.
Marcado pelo som do tambor, o ritmo musical amazônico carrega uma coreografia marcante, a dança de roda. As letras, em sua maioria, retratam o cotidiano de trabalhadores na pesca e agricultura, assim como a fauna e a flora regional.
Em 2014, o carimbó foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Iphan – o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o que torna de extrema importância a sua reprodução nos meios midiáticos.
Quanto maior a divulgação, maior o reconhecimento. O que gera o aumento na produção de novas músicas do gênero, por sua valorização local e comercial. É lamentável que sejam necessárias leis desse tipo para que a cultura seja difundida e reconhecida.

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