Descrição para cegos: foto de casal de dançarinos de carimbó
de frente para o outro. No lado direito, a mulher de costa segurando a saia; no
esquerdo, o homem com os braços para trás. Ambos com o figurino de estampa
florida nas cores branco, vermelho e laranja.
Por
Laura Crystiane
Em
muitas regiões do país, a cultura local, principalmente a de raiz, vem sendo
relegada pela mídia comercial, que geralmente se preocupa em reproduzir o que
lhe chega dos polos hegemônicos.
Para
tentar preservar uma das manifestações culturais mais importantes do Pará, a
Câmara de Vereadores da capital Belém aprovou uma lei que obriga a execução do
carimbó nas rádios locais. O projeto de autoria do presidente da câmara, o
vereador Mauro Freitas (PSDC), seguiu para a sanção do prefeito Zenaldo Coutinho.
A lei institui o “Momento do
Carimbó” na programação das rádios de Belém, diariamente, que deverá ser
veiculado pelo menos uma vez em cada um dos turnos da manhã e da tarde, no
horário comercial.
Ela foi batizada “Lei Pinduca”, com
o objetivo de homenagear o compositor e intérprete que é a maior expressão do
gênero carimbó, resultado de influências culturais indígena, africana e
portuguesa em fusão com a música das Antilhas.
Marcado pelo som do tambor, o
ritmo musical amazônico carrega uma coreografia marcante, a dança de roda. As
letras, em sua maioria, retratam o cotidiano de trabalhadores na pesca e
agricultura, assim como a fauna e a flora regional.
Em 2014, o carimbó foi reconhecido
como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Iphan – o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o que torna de extrema importância a
sua reprodução nos meios midiáticos.
Quanto maior a divulgação, maior o
reconhecimento. O que gera o aumento na produção de novas músicas do gênero,
por sua valorização local e comercial. É lamentável que sejam necessárias leis
desse tipo para que a cultura seja difundida e reconhecida.
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