Entretenimento de mercado domina o São João

Descrição para cegos: foto de uma fogueira queimando.

Por Jaqueline Lima

A programação para o “Maior São João do Mundo”, em Campina Grande (PB) é divulgada e nomes como Biliu de Campina, Alcymar Monteiro, Adauto Ferreira, entre outros, ficaram de fora da grandiosa festividade. Dentre as 68 atrações musicais, o verdadeiro forró passa despercebido perdendo lugar para o estilo forró eletrônico e a invasão sertaneja.

Será que isso se deve ao fato de a festa estar sendo organizada por uma empresa beneficiada pela terceirização adotada pela Prefeitura de Campina Grande?

Considerado o maior São João do Mundo, a festa vem passando por transformações em sua seleção de atrações contratadas, dentre outros aspectos. A identidade, a valorização da cultura e dos artistas da terra está ficando cada vez mais esquecida a cada edição, passando a ser mais uma vitrine mercadológica nacional.

A tradição vem dando lugar à “modernidade” de um evento que é vendido como manifestação cultural e religiosa, mais que acabou caindo na teia do entretenimento de mercado e da indústria da música.

Com um mês inteiro de festas, com cerca de 500 horas de shows e uma superestrutura, as milhares de pessoas que passarão pelo Parque do Povo não terão o prazer de conhecer e curtir o verdadeiro sentido do que é o São João e o seu legítimo forró.

Essa é a triste realidade da cultura nordestina que vem sendo negada pelos próprios artistas que alcançam fama nacional. Mas, nem tudo está perdido em meio ao grandioso evento. Os trios de forró pé-de-serra vão animar os mini palcos e palhoças espalhadas pelo parque.