quarta-feira, 3 de maio de 2017

Da periferia para todo Pernambuco

Descrição para cegos: Reginaldo Rossi (o rei do brega) cantando em um palco com os braços erguidos e os dedos indicadores apontados para cima.
Por Priscila Monteiro

Gênero musical muito cultuado na periferia do Recife, o brega pode se tornar uma expressão cultural do estado de Pernambuco. No dia 25 de abril a Assembleia Legislativa aprovou o projeto de lei de autoria do deputado estadual Edilson Silva (PSOL), que prevê a elevação do gênero musical a expressão cultural genuinamente pernambucana.
O projeto foi aprovado com unanimidade nas comissões de Constituição e Legislação, Finanças, Administração Pública, e Educação e Cultura. Agora a proposta segue para sanção do governador do estado, Paulo Câmara.
Se a lei for sancionada, o gênero será protegido pelo Governo do Estado. Os cantores de Brega serão inseridos na reserva estabelecida pela lei que determina que os convênio firmados entre o Poder executivo do Estado e dos Municípios pernambucanos devem reservar 60% das vagas para artistas que expressam a cultura do estado.
O brega surgiu como uma vertente da música romântica cantada através de arranjos simples. O denominado ‘brega romântico’ foi representado por artistas como Waldick Soriano, Wanderley Cardoso, Adilson Ramos e Reginaldo Rossi, que ganhou o título de rei do brega.
Em Pernambuco, Reginaldo Rossi e Adilson Ramos modificaram a cenário da música brega no estado. “O termo pejorativo “brega” foi sendo gradualmente assumido como um estilo musical por muitos fãs, sendo incorporado ao nome das bandas e formando o movimento bregueiro”, narra Fernando Israel Fontanella em sua dissertação de mestrado sobre o Brega de Recife.
Atualmente, o gênero mantém a estrutura musical: rimas fáceis e palavras simples, mas as letras agora vão além do romantismo e da dor de cotovelo. O gênero permanece forte na cultura pernambucana representado por cantores como Mc Troia, que tem mais de 12 milhões de acessos em um único clip musical no Youtube.

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