Descrição para cegos: auditório com
professores e professoras sentados e a frente, um formador ao microfone fazendo
fala / Foto Daniel Medeiros
|
Por Natália Mélo
Dar meios para que os 20.784 alunos com deficiências,
transtorno do espectro autista e altas habilidades (superdotação), matriculados
na rede estadual de ensino na Paraíba, segundo dados do Censo Escolar, possam
ter fácil adaptação, apresentem rendimento e acima de tudo aprendizagem, é o
objetivo da capacitação que as secretarias de estado da Educação e Tecnologia e
a Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad) oferecerão
em todas as 14 regionais de ensino durante os próximos meses.
A capacitação é destinada a professores de salas especiais
ou regulares, coordenadores, acompanhantes educacionais e apoiadores
pedagógicos de salas multifuncionais, para a promoção da Política Nacional de
Educação Especial (educação inclusiva).
O Objetivo final da formação é que profissionais em
educação estejam preparados para receber jovens com deficiência em sala, que
estes possam sentir apoio e espaço para seu desenvolvimento, promovendo
autonomia para os que venham ingressar um dia ao ensino superior.
Em João Pessoa, 116 professores estão em formação como
agentes multiplicadores, replicando as melhores práticas pedagógicas para apoio
ao estudante com deficiência.O curso conta com duração de 80 horas e é uma
parceria entre o Ministério da Educação (MEC), por meio do Plano de Ações
Articuladas (PAR).
Para Simone Jordão, presidente da Funad, é
um trabalho de fortalecimento. “Nós estamos trabalhando incansavelmente para
disseminar a Política Nacional de Educação Especial com a educação inclusiva. E
essas formações são fundamentais, porque entendemos que esta é uma condição
importante para o fortalecimento da inclusão escolar dos alunos da educação
especial nas classes comuns, objetivando não apenas a garantia de acesso, mas
também de aprendizagem e permanência do aluno no ambiente escolar e o apoio do
Governo do Estado tem sido valioso”
Para Dona Silvia, mãe da estudante do ensino médio Eliane Lima,
16 anos, deficiente visual, é a
oportunidade de outras pessoas com deficiência de extrema carência ingressarem
no ensino regular: “Não importa o que digam, quando uma escola está preparada
para receber bem os estudantes uma sociedade se levanta. Minha filha tem a
oportunidade de ter pais alfabetizados, que sabiam da importância dela ganhar
autonomia e isso só através do estudo, mas, como fazer isso se uma escola não
está preparada para recebê-la? As instituições para cegos e para os deficientes
de um modo geral são impulsionadoras, se eles chegam no colégio e o
profissional de lá não está capacitado, ele viverá na sua bolha, refém da
realidade de outra pessoa, sem construir a sua história. Estudar e ter uma
educação é de todos, inclusive do deficiente.
A agenda de ação este mês segue nos dias 14 a 16 em Cuité, 10 a 13 de
junho na cidade de Princesa Isabel, atendendo professores de toda a região
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será publicado em breve.