quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Marambiré: festa da resistência

Descrição para cegos: cena do documentário mostra dezenas de quilombolas com trajes tradicionais em procissão pela rua de terra batida na comunidade de Pacoval. À esquerda, moradores assistem à procissão passar.
Por Nayla Georgia

Sons idílicos da natureza descortinam o início de Marambiré, como que a convidar o espectador a imergir no cenário bucólico que se segue: um pescador, solitário em seu barco, exercendo o ofício de seus pais e avós. Essa cena, tão simbólica quanto taciturna, no entanto, é abruptamente cortada por um coro animado de vozes, acompanhado de uma percussão energética em procissão - um recorte vivo de uma comunidade quilombola cujo histórico de resistência significa celebrar a vida a despeito das adversidades.
Marambiré é uma dança religiosa de matriz africana, gestada por séculos de sincretismo religioso. O documentário dirigido por André dos Santos se estrutura em torno de entrevistas. Ora com figuras-chave do movimento - que didaticamente explicam o passo-a-passo da realização da festa do marambiré -; ora com acadêmicos que ajudam a esclarecer fatos controvertidos, a exemplo do significado etimológico de "marambiré".

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Documentário sobre quilombolas valoriza herança cultural africana no Pará

Descrição para cegos: pôster do documentário. Mostra cortejo de quilombolas atravessando rua de barro batido, vestidos com trajes coloridos, imitando realeza. Muitos deles usam coroas. Alguns portam instrumentos de percussão. Na parte superior da imagem, onde se vê o céu, o nome Marambiré está escrito em vários tipos de letra.
Intitulado Marambiré, o trabalho de André dos Santos registra manifestações culturais quilombolas na comunidade paraense de Pacoval. Entre os temas abordados estão a música, o teatro e a dança do quilombo. Além disso, traz depoimentos de mestres populares e da comunidade sobre as raízes que resistem às mudanças sociais e culturais. Marambiré teve sua estreia na própria Pacoval e está concorrendo a vagas em vários festivais internacionais de cinema. No Brasil ainda não tem planos concretos para exibições, mas a equipe aguarda convites. Ouça a entrevista com André dos Santos realizada por mim para o programa Espaço Experimental, que vai ao ar todos os sábados, às 9 horas, na Rádio Tabajara AM (1.110 KHz), produzido pela Oficina de Radiojornalismo do curso de Jornalismo da UFPB. (Nayla Georgia)

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

O Munduruku e as sete quedas

Descrição para cegos: fotografia de uma queda d’água. A água escorre por grandes rochas no centro da foto. Nos cantos superiores vemos folhas de árvores. (Foto Nayla Georgia).
Por Nayla Georgia

        Eles só entraram. Ninguém chamou, nem sequer deixou. Mas eles entraram. Caí. Represaram a água que corria para o Karabixexe e destruíram nossa redenção. Não bastou grito, choro ou confusão. Caí. Levaram nossos bisavós e as memórias que eles deixaram. Caí. Mataram a mãe e caí de novo. Mas e quem ficou para botar ordem na nossa casa? Aliás, Dekuka’a já nem existia mais. E novamente, caí.
        Lembro-me do paraíso como se fosse ontem. Era como mulher: transbordava de beleza e força. E lá a gente ia sempre quando precisava tomar aquele sopro de coragem. Respirava, se banhava e a mãe aconselhava. Como é que vai ser agora?
O pajé disse que os antepassados queriam saber por que não tinham mais morada. Dava pra ver no olho dele uma tristeza tão grande que só poderia ser curada em Karabixexe. Será que tem cura agora? No olho dele, eu caí.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Adiado julgamento que ameaça quilombolas

 

Descrição para cegos: foto de um grupo marchando em defesa dos direitos quilombolas. Na imagem algumas pessoas levam faixas. Na frente do grupo uma faixa diz: “Quilombolas contra a retirada de direitos, racismo e genocídio”. 
Por Renata Torres

Deveria acontecer neste mês, no dia 9, uma votação com o poder de interferir em toda a história de luta de preservação dos costumes e cultura do povo quilombola. Trata-se do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3239 pelo Supremo Tribunal Federal, contra o Decreto nº 4887, que regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos. A ação que vem sendo protelada há anos, foi mais uma vez adiada através do pedido de vista formulado pelo ministro Edson Fachin.

domingo, 26 de novembro de 2017

Iphan divulga ganhadores do Prêmio Carimbó

Descrição para cegos: foto de crianças dançando carimbó. Em primeiro plano, um menino e uma menina, com trajes tradicionais. Em segundo plano, aparecem ainda um menino e uma menina.(foto Luciano Santa Brígida).
Por Nayla Georgia
  
No dia 6 novembro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) divulgou os nomes dos 25 ganhadores do Prêmio Carimbó Nosso Patrimônio. A premiação é uma iniciativa para valorizar a atuação exemplar de mestres, mestras e grupos que contribuem para a transmissão e continuidade da tradição paraense do carimbó.
O prêmio foi uma das ações prioritárias do Comitê Gestor da Salvaguarda do Carimbó que concedeu R$ 5 mil para cada ganhador, sendo dez mestres e mestras que ainda estão em atividade; cinco herdeiros diretos de mestres ou mestras in memoriam; e também dez grupos de carimbó.
Iniciativas como essa foram reivindicadas pelo movimento carimbozeiro nas duas edições do Congresso do Carimbó, ocorridas em junho de 2015 e maio de 2017. Nesta última, os grupos representativos do carimbó se reuniram em Belém para discutir meios de viabilizar a continuação e difusão do patrimônio cultural que é o carimbó.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Poeta paraibano é homenageado em premiação do Minc

Descrição para cegos: xilogravura mostra o poeta no centro de uma aura cercada por simulações de estrelas. Em torno da sua cabeça lê-se “Homenagem a Leandro Gomes de Barros”. Embaixo, está escrito: “Culturas Populares” e, em seguida, “2017”. Dos cantos da imagem saem linhas como raios solares.
Por Nayla Georgia

        Neste ano, a quinta edição do Prêmio Culturas Populares homenageia o poeta Leandro Gomes de Barros, paraibano que fez sua carreira literária em Pernambuco. 
Nascido no município de Pombal, na Paraíba, em 19 de novembro de 1865, Leandro foi escolhido por ser referência histórica da cultura popular, sendo o criador da literatura de cordel. Suas raízes líricas vêm de cedo, pois desde muito jovem teve contato com a literatura. Em sua infância, foi educado pela família do tio materno, o Padre Vicente Xavier de Farias, que o levou ainda bebê para morar na Vila do Teixeira, berço da Literatura Popular nordestina.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Quilombo dos Palmares é Patrimônio do Mercosul

Descrição para cegos: foto da comemoração do Dia da Consciência Negra na Serra da Barriga em 2000. Dezenas de quilombolas vestidos com trajes tradicionais estão reunidos em frente à Lagoa Encantada dos Negros (Irôco), local histórico onde os quilombolas repousavam e saciavam a sede. A imagem do grupo é refletida na água como se fosse um espelho.
Por Nayla Georgia

Sede do Quilombo dos Palmares, a Serra da Barriga recebeu a certificação que oficializa o título de patrimônio cultural do Mercosul no dia 11 deste mês. A oficialização deste título proporciona o reconhecimento internacional e também estimula a visibilidade do local nacionalmente.
O Quilombo dos Palmares foi o maior foco de resistência negra durante o período colonial (1597-1704) em cujo auge chegou a ter uma população de 30 mil pessoas. A Serra fica localizada no município de União dos Palmares, Zona da Mata de Alagoas, e já havia sido tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1985.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Coleção de livretos resgata memória de quilombos

Descrição para cegos: capa padrão 
dos livretos constando de um desenho
imitando um mapa primitivo, cujas
linhas são formadas por nomes de
quilombos. Vê-se uma estrada bifurcada
separando uma área arborizada acima
de um vilarejo com casas e cerca.
No canto superior esquerdo está a
logo da coleção contendo o nome
desta e uma árvore. À direita está
escrito o título do livreto: Comunidade
quilombola dos Amaros.

        Por Nayla Georgia


       A luta dos quilombos brasileiros por respeito, espaço e direitos vem de séculos, mas as vitórias são poucas e colhidas às migalhas. Um pouco da luta pelo reconhecimento dos direitos dessas comunidades está na coleção Terras de Quilombos, que disponibiliza, de forma gratuita na internet, livretos contando a história de comunidades quilombolas pelo Brasil. O objetivo principal das publicações é apresentar um panorama de como eram, de fato, as vidas dos ex-escravizados, bem como suas lutas, seu cotidiano e suas culturas.
Os primeiros livretos foram publicados em 2015, com 16 obras reunindo, em cada um, histórias de comunidades quilombolas em São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Maranhão. Já em 2016, além dos estados representados no ano anterior, quilombos do Rio de Janeiro e Sergipe também fizeram parte dos 15 livretos. Este ano, 2017, foram lançados 14 livretos sendo 13 destes contemplando quilombos do Nordeste: Maranhão, Piauí, Sergipe e Pernambuco.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Festas à padroeira dos negros acontecem em outubro


Descrição para cegos: foto do cortejo dos reis negros, parte integrante da festa. Mostrar um grupo de pessoas com roupas formais e adereços como faixas e coroas. Eles são seguidos por uma multidão e, ao fundo, se vê parte de uma roda gigante de parque de diversões.
A tradicional festa de Nossa Senhora do Rosário, padroeira dos negros no Brasil, acontece neste final de semana no município de Santa Luzia. A celebração é um marco na cultura popular de comunidades negras e faz parte das festividades que acontecem no Seridó Nordestino. A tradição também é celebrada em outras cidades, como Pombal-PB e Caicó-RN, mas em datas diferentes para não coincidir a festa em dois locais na mesma data. Conheça a rica história das festas a Nossa Senhora do Rosário e saiba mais detalhes no blog Folk Mídia, do professor da UFPB Osvaldo Trigueiro, clicando aqui. (Nayla Georgia)

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Preconceito faz parte da rotina de ciganos na PB

Descrição para cegos: imagem de idosa e criança ciganas contendo um texto sobre a imagem dizendo “Ciganos: o povo invisível”. 
A comunidade cigana da Paraíba ainda sofre com situações de descriminação, preconceito, intolerância e abuso de autoridade, mesmo tendo seus direitos assegurados pela lei. No município de Condado, sertão da Paraíba, os ciganos são vítimas dos próprios órgãos públicos, que além de não oferecerem condições de igualdade, contribuem para a exclusão. A situação desse grupo foi objeto de reportagem da Assessoria de Comunicação do Ministério Público Federal na Paraíba para o site do órgão. Para ler, clique aqui. (Nayla Georgia)

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Fórum Forró de Raiz

Descrição para cegos: montagem de duas fotos lado a lado de Joana Alves à esquerda e Junior Limeira à direita. Ambos no estúdio, falando ao microfone durante a entrevista.
O predomínio de outros gêneros musicais no elenco de atrações do São João de Campina Grande este ano desencadeou manifestações e críticas à organização do evento. Uma das consequências foi repor em evidência o Fórum Forró de Raiz, que existe desde 2011 e em novembro vai promover aqui em João Pessoa um encontro nacional em defesa do forró. Sobre essa situação, o Espaço Experimental entrevistou Joana Alves, Coordenadora do Fórum, e Júnior Limeira, compositor, cantor e apresentador de um programa dedicado à música regional na TV UFPB, o Nordeste Sim Sinhô. Ouça a entrevista feita por Cephas Castro, Douglas de Oliveira e Samuel Amaral para o programa Espaço Experimental, que vai ao ar todos os sábados, às 9 h, na Rádio Tabajara AM (1.110 KHz), produzido pela Oficina de Radiojornalismo do curso de Jornalismo da UFPB. (Nayla Georgia)

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Instituto Pretos Novos vence prêmio cultural

Descrição para cegos: foto de uma representação artística exposta na galeria do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos. Há 3 imagens separadas, sendo, respectivamente, de um homem negro, uma mulher negra e um homem indígena, todos despidos. Colado nas imagens há conchas do mar, sendo duas delas posicionadas em local estratégico para esconder as genitais masculinas, enquanto na foto da mulher as conchas ficam acima e abaixo de seu corpo. (Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil)
Por Nayla Georgia

        O vencedor da quarta edição do Prêmio de Expressões Afro-Brasileiras na categoria especial de preservação de bens culturais foi o Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN). O instituto faz parte do Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana no Rio de Janeiro e tem sido uma organização importante para a preservação da cultura afro-brasileira no país.
        Segundo Merced Guimarães, diretora e fundadora do IPN, a premiação foi recebida num momento oportuno, pois a organização estava em crítica situação financeira. A cerimônia de entrega da premiação aconteceu no dia 31 de julho e concedeu ao IPN uma verba de R$100 mil para ajudar na conservação de seu patrimônio.

domingo, 2 de julho de 2017

Livro homenageia mestres bonequeiros

Descrição para cegos: capa do livro “Prêmio Teatro de Bonecos Popular do Nordeste” com plano de fundo repleto de flores. O título está em um quadro que simula um livro aberto. Dentro dele há um boneco com chapéu de cangaceiro tocando uma sanfona.

No dia 2 o IPHAN lançou um livro que homenageia mestres bonequeiros vencedores do “Prêmio Teatro de Bonecos Popular do Nordeste – Mamulengo, Babau, João Redondo e Cassimiro”. Os 37 brincantes premiados têm mais de 20 anos de atuação, além de historicidade, tradição, cotidiano da vida humana, expressão artística, ensino da preservação de forma consciente e valorização da cultura do povo nordestino. O livreto está disponível gratuitamente para download . Segundo o IPHAN, a obra é uma forma de salvaguardar um bem cultural, como também, a participação ativa dos detentores de bens culturais nos processos de tomada de decisão das políticas públicas. Saiba mais aqui . (Jaqueline Lima)

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Serra da Barriga é patrimônio cultural do Mercosul

Descrição para cegos: duas ocas, uma maior e outra menor no meio de uma área com grama e árvores ao redor
Situado em Alagoas, o Parque Memorial Quilombo dos Palmares é o terceiro bem declarado Patrimônio Cultural do Mercosul. O título foi validado no último dia 8. De acordo com o site do Minc, é uma forma de reconhecer as comunidades de origens africanas presentes na América, como também, de reparar as práticas de ódio e racismo ocorridas contra os povos quilombolas e negros atormentados por décadas e que hoje, através de seus depoimentos de luta e defesa, reconfiguram o referencial histórico cultural dos descendentes afro dos países do Mercosul. Saiba mais . (Jaqueline Lima)


quarta-feira, 28 de junho de 2017

Casamento infantil das ciganas Calon

Descrição para cegos: Rebecca sorrindo para a câmera, com uma paisagem desfocada ao fundo.

Uma das alternativas culturalmente inserida nos Calon para não misturar o povo cigano e os payos (não-ciganos), é o casamento infantil. Assim que a jovem cigana menstrua pela primeira vez, é obrigada a casar. Na maioria das vezes são jovens entre 13 e 15 anos. Em entrevista à Revista AzMina, a cigana e ativista Rebecca Taina protesta contra o ato. Na matéria Casamento infantil não é cultura, é violência, que faz parte de uma série investigativa Pequenas esposas, Rebecca diz ter tido a sua identidade roubada por se impor, e afirma: ”Se você tem medo ou sofre se não seguir isso, não é cultura, é violência.” (Laura Crystiane)

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Salvem a cultura raiz

Descrição para cegos: dançarinos de frevo se apresentando ao ar livre em frente a uma igreja, com figurinos e acessórios da dança.


O jornalista Lucas Alves, colaborador do site BlastingNews , faz uma sucinta análise a respeito da apropriação cultural na sociedade brasileira. Em Entenda a necessidade de apropriação cultural no Brasil o jornalista afirma que a população vem perdendo cada vez mais o interesse pelos produtos culturais do país. Aborda também o processo de “americanização” na cultura brasileira, e como a cultura genuína se torna desvalorizada. (Laura Crystiane)



sexta-feira, 23 de junho de 2017

O papel da Virada Cultural

Descrição para cegos: dois rapazes e uma moça se apresentando em espaço aberto. Um deles toca sanfona, outro tambor. A moça fala ao público sentado em uma escadaria.
  
A Virada Cultural que acontece todos os anos na cidade de São Paulo, surgiu em 2005. Busca promover a cultura com 24h de programação cultural ininterruptas. Neste ano ocorreu nos dias 20 e 21 de maio. O site Nexo traz em sua matéria Como a Virada Cultural revela a cidade aos seus habitantes, uma entrevista com o antropólogo Heitor Frúgoli Jr., coordenador do Grupo de Estudos de Antropologia da Cidade na USP, em que ele aborda a importância do evento para a população, e o seu papel no aspecto do direita à cultura e à cidade. (Laura Crystiane)

terça-feira, 20 de junho de 2017

São João: cultura nordestina descaracterizada

Descrição para cegos: Silvério Pessoa de blusa de mangas longas de cor branca, com os braços cobrindo a boca, deixando as metade no rosto evidente.

O cantor Silvério Pessoa em entrevista ao Jc.online afirmou que o excesso de mercantilismo descaracterizou as festas juninas no Nordeste. Na matéria Silvério Pessoa vê São João em risco de extinção, o músico faz crítica às atrações musicais, como o sertanejo universitário que vem predominando nos festejos junino, declarando que as tradições nordestinas principais da festa estão sendo preteridas. Ele ainda se queixa de como a cultura popular vem sendo cada vez mais transformada em um negócio. (Laura Crystiane) 

domingo, 18 de junho de 2017

A Princesa do Beco e o Lampião Cromado

Descrição para cegos: cena do filme. Duas figuras femininas, uma do lado esquerdo vestindo um vestido tomara que caia com 3 babados sendo um estampado e os outros lisos, acessórios de penas, bolas e búzios na cabeça. A outra está ao lado, vestindo um vestido com mangas que mostram os ombros. Do lado direito, uma figura masculina usando figurino do maracatu do baque virado. No solo, uma figura masculina careca deitado, aparentemente, morto.
O filme pernambucano A Princesa do Beco e o Lampião Cromado, produzido pela FavelaNews, recebeu a premiação de Melhor Longa de 2017 nos Estados Unidos, prêmio concedido pela Subversive Cinema Society, de Los Angeles. O filme retrata a resistência dos moradores da periferia do Recife fazendo alusão aos reis e rainhas de maracatus. A Subversive tem como objetivo de reconhecer obras originais fora das tendências e parâmetros definidos pela indústria cinematográfica, além de premiar compreensões artísticas que desafiam e quebram fronteiras com novos métodos de narrativas. Confira o Trailer clique aqui. (Jaqueline Lima)

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Mafalda vai falar Guarani

Descrição para cegos: personagem Mafalda. É menina, usa vestido com casaco em listras, sapato com amarração por cima da meia. Está com a boca aberta, tendo acima da sua cabeça um balão com palavra indígena “nahániri”, como se estivesse gritando.
A personagem da história em quadrinhos argentina Mafalda, já traduzida para vários idiomas, inclusive o português, agora vai falar também a língua indígena Guarani, que é um dos idiomas oficiais do Paraguai, junto com o espanhol. Essa iniciativa, 50 anos após o lançamento da sagaz personagem, pretende destacar a importância de valores culturais serem preservados e disseminar o conhecimento da língua de um povo presente em vários países da América do Sul. Saiba mais aqui. (Jaqueline Lima)

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Carta a mãe África, um pedido de igualdade

Descrição para cegos: nome do documentário “Carta a mãe África” na cor branca com o fundo preto.
Por Laura Crystiane
                                                                
Movimentos de resistência negra no Brasil são de grande importância para a identidade e reconhecimento da cultura afro-brasileira. Alguns direitos foram conquistados, mas o racismo ainda cerca esta população no dia a dia.
O documentário Carta a Mãe África, de Rafael Bessa, traz depoimentos de artistas e intelectuais sobre a população negra no país. Aborda temas como a valorização da cultura negra, racismo e a busca da igualdade.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Samba de Cacete é premiado em Cannes

Descrição para cegos: foto do rosto de uma negra idosa fumando um cachimbo. Imagem obtida do filme.

Por Jaqueline Lima

O filme brasileiro Samba de Cacete - Alvorada Quilombola, dirigido por André dos Santos e por Artur Dutra, foi contemplado no XIV Festival International Du Film Panafricain, como melhor documentário de curta metragem em Cannes, na França.
A produção cinematográfica foi realizada pela Lamparena Filmes e contou com o apoio de 99 mil reais do Ministério da Cultura. Esse aporte financeiro foi por meio do edital Curta Afirmativo: protagonismo da Juventude Negra na Produção Audiovisual, lançado em 2014 pela Secretaria do Audiovisual (SAv) em parceria com a Fundação Cultural Palmares.

sábado, 10 de junho de 2017

A não abordagem das culturas indígena e afro


Descrição para cegos: dois indígenas caracterizados com pintura, cocar, colar e braçadeiras, de perfil, olhando para baixo. (foto: Unesco)


A Unesco aborda em seu site uma problemática existente acerca da diversidade cultural no Brasil: a falta de abordagem cultural dos povos indígenas e afrodescendentes, que, de acordo com a Organização, são dois grupos minoritários que detém os piores indicadores sociais do Brasil. Para a Unesco, o descaso com as práticas culturais desses dois povos reafirma a desigualdade social do país, apesar de há poucos anos ambos terem começado a receber políticas sociais específicas. A organização reforça a necessidade de medidas para preservar as tradições indígenas e a cultura africana no Brasil. Para ler, clique aqui. (Priscila Monteiro)

quinta-feira, 8 de junho de 2017

A música na luta pela demarcação de terra indígena

Descrição para cegos: imagem da índia Djuena Tikuna usando cocar de penas na cabeça, pintura no rosto, colar em formato meia lua com pintura geométrica triangular e brincos de penas.

Por Jaqueline Lima

No fim de abril, foi lançada durante a Mobilização Nacional Indígena, a canção Demarcação Já, em apoio à demarcação das terras indígenas e criticando o governo e os ruralistas. A canção tem letra de Carlos Rennó e música de Chico César. A iniciativa parte da solidariedade dos artistas à luta de um povo que muitas vezes é ignorado pela nossa sociedade.
A música representa a adesão de muitos artistas ao clamor dos povos indígenas e ao enfrentamento em defesa de seus direitos ameaçados por projetos em tramitação no Congresso Nacional visando alterar as regras de demarcação das terras indígenas, beneficiando os ruralistas e prejudicando os verdadeiros donos.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Taego Ãwa registra resistência e memória indígena

Descrição para cegos: pôster de divulgação do filme mostra um índio Ãwa caminhando em campo aberto carregando em seus ombros arco e flechas.

Por Geovanna Adya


Intercalando registros audiovisuais passados e atuais com primazia, o documentário dos irmãos Henrique e Marcela Borela reafirma a identidade do povo indígena Avá-Canoeiro do Araguaia, os Ãwa.
O projeto levou anos para ser concluído. Foi idealizado há cerca de 14 anos quando cinco fitas VHS com imagens dos índios foram encontradas na Universidade Federal de Goiás (UFG) e, posteriormente, levadas aos remanescentes da tribo na Ilha do Bananal, em Tocantins.
A apresentação desse material aos Ãwa gerou o conteúdo da obra que buscou dar visibilidade à história de vida e resistência desse povo. A partir desse encontro, o patriarca Tutawa – que morreu em 2015 - revive momentos, rituais

domingo, 4 de junho de 2017

Capoeira Brasil, luta e resistência

Descrição para cegos: ilustração com dois lutadores praticando golpes de capoeira. Do lado direito um de cabeça para baixo com as mãos no chão e as pernas abertas no alto. Do esquerdo, o oponente com a perna esquerda levantada.
Por Laura Crystiane

Uma arte marcial disfarçada de dança, desta forma se originou a capoeira. A luta que é reconhecida como um Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, ainda sofre com o preconceito e rejeição. O grupo Capoeira Brasil busca valorizá-la mostrando a sua importância na formação da identidade do país.
No decorrer dos séculos, a capoeira sofreu opressão, pois a sua prática era ilegal em alguns lugares públicos. A intolerância com a cultura afro-brasileira a tornou uma prática marginalizada para aqueles que não têm o conhecimento da importância desta manifestação para a cultura brasileira.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Música em prol do desenvolvimento sustentável

Descrição para cegos: cartaz do documentário. É representado por uma fenda em uma parede através da qual se vê uma parte de uma cidade. Na parte superior está escrita seguinte frase “Baixada Nunca Se Rende”, tendo acima da frase hastag #BXD.

Por Jaqueline Lima

No dia 17 de maio, foi lançado no Rio de Janeiro o documentário BXD- Baixada Nunca Se Rende. Esse filme faz parte da parceria do coletivo Baixada Nunca Se Rende com o Centro RIO+ das Nações Unidas.
O foco principal dessa produção é mostrar para o mundo um padrão de propagação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como direcionamento para algo familiar que beneficiará a sociedade.
Este trabalho pretende promover a mudança de um local violento que por muitos anos vem sendo associado à Baixada Fluminense para um centro propagador de sustentabilidade e cultura.

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Símbolo cultural e empatia seletiva



Descrição para cegos: fotos de Thauane Cordeiro e Dandara Tonantzin Castro, ambas usando turbante.

O turbante, símbolo cultural, social e religioso de vários povos, este ano motivou muito debate sobre apropriação cultural. Em fevereiro, Thauane Cordeiro, jovem branca, relatou em seu Facebook que foi desprezada por mulheres negras por usar turbante. Ainda neste ano, Dandara Tonantzin, mulher negra, usava turbante na formatura de alguns amigos quando um homem branco arrancou o turbante de sua cabeça. Dandara também utilizou o Facebook para desabafar sobre o caso. No entanto, os dois posts sobre o mesmo emblema: o turbante, tiveram distintas repercussões nas redes sociais, conforme narra o jornalista Rafael Bruza em matéria no portal Independent jor. (Priscila Monteiro)

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Projeto busca preservar a cultura dos Kuikuros

Descrição para cegos: índios da tribo Kuikuros reunidos, tocando chocalho em sua aldeia, com acessórios como cocar, colar, braçadeiras e brincos.
Por Laura Crystiane

Tecnologia aliada à preservação cultural é como a organização Factum Foundation trabalha ao redor do mundo. Em seu primeiro projeto no Brasil, com o intuito de preservar, replicar e difundir a cultura indígena, artistas da fundação fizeram uma colaboração de 10 dias com artistas da nação Kuikuros, do Alto Xingu, na aldeia Ipatse, no Mato Grosso.
O trabalho foi apresentado no dia 23 de maio no Seminário Xingu: Arte, Tecnologia e Preservação, no Museu do Amanhã, no Rio de janeiro. A experiência ocorreu dos dias 8 a 18 de maio, no Território Indígena do Xingu.

sábado, 27 de maio de 2017

O Troféu Gonzagão e o padre que é pop

Descrição para cegos: imagem do troféu Gonzagão que consiste em uma figura humana segurando uma sanfona e usando chapéu de cangaceiro. A estatueta se encontra sobre um pedestal cilíndrico. A lado da imagem lê-se: “Troféu Gonzagão – O Oscar da Música Nordestina”.
Por Jaqueline Lima

A nona edição do tradicional troféu Gonzagão foi realizada no dia 10 de maio, em Campina Grande. A premiação é uma das mais importantes do seguimento e antecede as festas juninas da cidade. Neste ano, o sanfoneiro Abdias do Acordeom (in memoriam) foi o grande homenageado da noite, além do grupo Quinteto Violado (completou 40 anos de existência) e o cantor Geraldo Azevedo.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Coco de Roda Novo Quilombo promove visitas abertas

Descrição para cegos: membros da comunidade do Guruji posam para foto em frente a uma casa de taipa.

Por Geovanna Adya


A comunidade quilombola do Guruji e Ipiranga/PB realiza, no último sábado de cada mês, a festa do coco de roda que celebra, em meio ao batuque dos tambores e arrastar dos pés, histórias de luta, resistência e identidade da cultura quilombola.
Neste mês, devido ao período de chuvas, a Festa do Coco do Novo Quilombo acontecerá, excepcionalmente, no primeiro sábado do mês, dia 3 de junho. Na ocasião, o quilombo vai receber os grupos Nau Catarineta de Cabedelo e o Boi de Reis do Alto do Mateus.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Inaugurada Casa de Cultura de Vó Mera

Descrição para cegos: foto de Vó Mera sorrindo para câmera junto a um acervo de fotos de sua carreira artística.

Por Geovanna Adya
  
Na última semana de abril, João Pessoa ganhou mais um espaço voltado à valorização da cultura paraibana. Inaugurou no bairro do Varjão, a Casa de Cultura de Vó Mera.
O ambiente residencial expõe em suas paredes e cômodos a história da artista que caminha lado a lado com a do próprio coco de roda, ciranda e demais manifestações musicais populares locais das últimas décadas.